domingo, 8 de novembro de 2009

POESIA FEMININA DO SÉCULO XX

Importantes poetisas surgiram num momento em que a poesia feminina era vista como “o sorriso da sociedade”, rótulo dado pela crítica à poesia lírica – pueril; é contra o panorama dessa mesmice, (resultante da pacificação das mudanças aos cânones que a sociedade lhes impunha) mudado com o surgimento do feminismo na convenção dos direitos da mulher em Nova Iorque em 1848.

Na década de 1960, a publicação do livro “O segundo Sexo” de Simone de Behavior veio influenciar o movimento feminista, na medida em que mostra que a hierarquização dos sexos é uma construção social e não uma questão biológica. Ou seja, a condição da mulher na sociedade é uma construção da sociedade patriarcal. Assim, a luta dos movimentos feministas, além dos direitos pela igualdade incorporam a discussão acerca das raízes culturais da desigualdade “entre” os sexos e isso influência nas produção poética erótica como um todo.

Focando a produção poética brasileira, quem se destaca é Gilka Machado, uma das mulheres que, durante o tempo em que produziu suas obras, não teve de certa forma o reconhecimento de seu valor.

Felizmente o fato de ter alcançado a idade de 87 anos permitiu-lhe conhecer em vida, a consagração pelos meios oficiais. Ela estreou com o livro intitulado “Cristais Partidos”, poesia que expressa a ousada temática do desejo erótico, ou do desafio ao “interdito ao sexo”, mas sempre em conflito com uma profunda ânsia de pureza como podemos ver:

De cristais Partidos :

“que gozo sentir-me em plena liberdade / longe do jugo atroz dos homens e da rona da velha Sociedade / a messalina hedionda / que da vida no eterno carnaval / se exibe fantasia de vesta (…)

Essa alma que carrego amarrada, tolhida / num corpo exausto e abjeto, há tanto acostumado a pertencer à vida / como um traste qualquer, como um simples objeto, / sem gozo, sem conforto, indiferente como um corpo morto.

Da mesma maneira que Gilka Machado, a poeta Florbela Espanca( Portugal ), também se caracteriza pelo erotismo, em sua obra intitulada “Charneca em flor”, onde podemos analisar essa característica que, é de certa maneira relevante; ainda assim, se analisarmos o contexto em que sua produção poética foi realizada.






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